quarta-feira, 5 de setembro de 2012

PITANGAS MADURAS

A casa de alvenaria antiga da fazenda, pintada de branco, de cal, já desbotando; com janelas pequenas e três portas marrons que saiam para o terreiro: uma na cozinha, outra na varanda e mais uma que dava acesso à sala, onde recebiam as visitas e velavam aqueles que por lá inventavam de morrer. E uma área com duas cadeiras de balanço na frente da porta principal.

Tudo cercado de cinamomos, laranjeiras, pitangueiras, e outras, e muitas outras de sortidas espécies. Um poço d’água com manivela, um forno a lenha, um galinheiro, uma horta, um galpão, e roupas estendidas no quarador; as de cama e as de uso pessoal. E também apanhando sol, uns paninhos felpudos manchados de sangue escuro que eu não entendia a serventia. E uma estradinha torta em direção a cacimba de água boa, e ao açude de banhos e pescarias, e ao mato, entre a casa e o açude, onde cantavam todos os passarinhos do mundo.

E na casa, três filhas ou netas dos velhos, nem me lembro direito. E eu, na infância como elas, brincando brincadeiras de miúdo.

Um dia de tarde, embaixo da área da casa, a maior das três tirou a calcinha, levantou a saia e me chamou pra perto dela. Não compreendi, mas fui. Baixou as minhas calças curtas, me agarrou por baixo dos braços, fez força e me levantou até a altura certa, e se esfregava agitada, e por ter mais tamanho e força, manejava o meu corpo, atritando minhas ainda inocentes partes, nas suas, que já inflamadas, tremiam por uma necessidade, que pelo menos pra mim, era ainda desconhecida.

Foi quando ela pediu ajuda para as outras duas menores, iguais a mim, em altura e idade, que por ali estavam sentadas nas cadeiras de balanço assistindo ingênuas aquele esforço.

Ela, a maior, em pé, com o traseiro encostado na parede, com as pernas bem abertas, junto com as outras duas me suspenderam e me posicionaram na altura recomendada, e ela, com a mão, auxiliava, e insistia, na tentativa de se preencher com o meu instrumento ainda em formação.

Olhei o seu rosto e notei uma expressão que nunca tinha visto nas mulheres e nas outras gurias. Achei que era uma grande vontade, uma ânsia ainda não satisfeita. Uma espécie de uma gana muito forte. Mas que devia ser uma coisa muito boa aquilo que ela estava sentindo, a julgar pelas caretas que fazia, pelos chiados que assoprava e pelas palavras quentes que dizia, e que eu nunca havia escutado.

Até que ela, ajudada pelas outras, me ergueram mais, até a altura do seu rosto, e bem desajeitada, com fome, mordendo os próprios lábios, me beijou, lambuzando a minha boca com uma saliva morna, meio adocicada.

Depois desistiu, me colocaram no chão, puxou a calcinha pra cima e ajeitou a saia. Eu abotoei a minha calça curta no suspensório e ela dispensou a ajuda das outras duas, que olhavam curiosas aquela estranha brincadeira.

A seguir fomos os quatro bem contentes correndo para o arvoredo. Batemos num pé de pitangueira, e possuídos da mais pura inocência ficamos com os beiços pintados de um vermelho bem encarnado, da tinta, daquelas deliciosas e inesquecíveis pitangas maduras.

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